Máscaras EcoModas: União e criatividade para superar a crise do Covid-19

"A união faz a força". Pode até parecer uma frase de efeito, contudo na EcoModas tornou-se prática nos últimos dias. Diante do Covid-19, o casal de empreendedores, Alex e Adriana Santos, responsáveis pela EcoModas, se viram numa situação um tanto que inusitada, ou seja, ao invés de pararem, conforme “todo mundo”, eles avançaram e tiveram que aumentar o time, de forma criativa e responsável, para unir forças pelo bem coletivo.

Logo no início da pandemia, Alex e Adriana perceberam que as máscaras de uso único estavam desaparecendo das prateleiras ao redor do mundo e, junto a isso, ficaram estarrecidos ao ver fotos das máscaras sendo descartadas irregularmente causando um grande impacto no meio ambiente.

Foi numa noite, já deitados e conversando sobre o tema, que o casal da EcoModas de Nova Friburgo decidiu produzir máscaras reutilizáveis. Foi praticamente uma noite inteira de estudo, projeção, criação e muita atenção aos detalhes para fazer nascer as primeiras máscaras. Aproveitaram todos os recursos que tinham em mãos para isso, vale lembrar, inclusive a própria loja online da marca.

Adriana Santos, gerente de produção e qualidade da EcoModas.

Um desastre no início. Logo pela manhã, eles produziram as fotos, subiram as imagens na loja e realizaram a primeira campanha. O que acharam que seria um sucesso, na verdade foi um balde água fria, pois algumas pessoas descordaram do posicionamento da empresa e questionaram o design inusitado das máscaras. Mas, sabendo plenamente do que estavam falando e fazendo, atrelado ao propósito ambiental presente no DNA da marca, decidiram continuar. Eles saíram bem na frente, iniciaram num momento em que poucos falavam e faziam máscaras de tecido.

As máscaras divertidas da EcoModas foram pensadas naqueles que encaram as dificuldades com bom humor. Estilo, conforto e sustentabilidade foram critérios importantes para a produção das máscaras.

A EcoModas já traz em sua trajetória um pensamento diferente para com o mundo a sua volta. Estão sempre pensando e inovando pela busca da sustentabilidade plena que, inclusive, já fez a referida marca conquistar premiações de relevância nacional. A EcoModas, que é um negócio familiar, é a primeira confecção de impacto no Brasil e no mundo a reutilizar cones de linhas de costura industrial vazios para cultivar mudas de árvores típicas da Mata Atlântica e ameaçadas de extinção. Ao longo da sua trajetória, desde 2010, a EcoModas já contribuiu com a doação/plantio de mais de 25.000 mudas envolvendo crianças, jovens e adultos. A marca de Nova Friburgo também se tornou a primeira confecção no Brasil a receber por honra ao mérito um certificado Selo Verde na Categoria Ouro da Ecolmeia, vale lembrar.

Alex e Adriana no Viveiro Educandário (viveiro florestal da EcoModas) onde cultivam árvores da Mata Atlântica ameaçadas de extinção reutilizando, para isso, cones de linhas de costura industrial. As mudas, vale lembrar, são usadas para preservar nascentes e matas ciliares.

Junto ao contexto ecológico da empresa, as máscaras, contendo um design divertido e inspirado no povo brasileiro, foram conquistando os fãs da marca, ganhando visibilidade entre artistas e as vendas começaram a chegar em grande volume através das redes sociais e E-commerce atendendo diversas partes do Brasil. A EcoModas, inclusive, realizou uma venda para o Canadá e está em negociação para exportar para os Estados Unidos.

A EcoModas também foi aprovada pelo edital da prefeitura de Nova Friburgo para a venda de máscaras que estão sendo distribuídas para a população. Decidiram fabricar apenas a metade da quantidade oferecida de modo que alguma outra confecção da cidade também pudesse participar com a produção da outra parte e, com isso, fomentar a economia local. Inclusive, toda matéria prima das máscaras da EcoModas estão sendo compradas de lojas locais.

Mesmo diante do bom momento da empresa, o casal da EcoModas se entristeceu ao perceber que o mesmo não estava acontecendo com as pessoas a sua volta. “Muitas amigas estavam sendo impactadas economicamente em suas profissões e, consequentemente, estava abalando-as emocionalmente. Sentimos a necessidade de ajudar, de alguma forma, para que elas pudessem ter algum tipo de receita neste momento atribulado na economia mundial” – comentou Adriana Santos, gestora de produção e qualidade da EcoModas. 

Após conversarem com o contador da empresa, decidiram fechar um contrato de um determinado período com as amigas para estas estarem juntos com a EcoModas fabricando máscaras de tecido e, com isso, receberem uma renda extra. Para isso, foram tomadas medidas cautelosas diante do Covid-19 assim como a utilização integral de máscaras, álcool em gel o tempo todo, revezamento de horários e, para evitar o entra e sai, fecharam um contrato com um entregador de refeições. Além disso, também foi priorizado a utilização do transporte por aplicativo. Adriana, por já atuar no ramo de confecção há mais de 20 anos, foi a responsável por ensinar pacientemente a profissão para as amigas.

"Foi necessário coordenar meu tempo para fazer a gestão do negócio, assim como atender telefonemas, promover campanhas online, verificar as vendas no e-commerce e outros, e também encarar de frente a máquina de costura para conseguirmos atender a forte demanda dos últimos dias" - Disse Alex Santos, Ceo da EcoModas.

Para Alex Santos, ter as amigas envolvidas neste momento onde o mundo passou a ser mais solidário foi uma grande oportunidade para colocar em ação o propósito pelo qual a marca existe: contribuir com a construção de um mundo melhor. Segundo ele, foi interessante porque estas amigas também acreditam na proposta que a EcoModas carrega e contribuíram com suas individualidades para o desenvolvimento da empresa. “Queremos ter com a gente pessoas que se movem com o sentimento de responsabilidade e amor. Não importa se a pessoa já sabe fazer o que a gente faz, pois isto a gente é capaz de ensinar; o importante para nós é ter pessoas que trazem verdade e amor no que fazem. A diferença, para nós, traz a soma para um novo aprendizado e fortalece a nossa marca que é feita por pessoas, para conectar mais pessoas pelo bem de TODO MUNDO” – comentou ele. A EcoModas, inclusive, contribuiu com a doação de aproximadamente 1.000 máscaras para pessoas em situação de vulnerabilidade.

Nelma Miranda

Nelma, 35 anos, solteira, é profissional de manicure, pedicure e depiladora. Diante do Covid-19, o salão na qual trabalha teve que baixar as portas e, por isso, ela teve uma queda de mais de 50% no seu faturamento. “Para mim foi muito bom produzir máscaras, foi uma experiência incrível e também uma grande oportunidade para aprender a costurar. Nunca imaginei que um dia aprenderia a costurar, achava que seria impossível para mim. Acredito que o fato de ter aprendido mais esta profissão, poderei ter novas oportunidades de trabalho” – comentou ela.

Cássia Juliana

Cássia, 34 anos, divorciada e mãe de 03 filhos, trabalha como maquiadora e teve seu rendimento afetado em mais de 50% por conta do Covid-19. Vários ensaios fotográficos foram cancelados neste período e, por conta disso, ela ficou sem outra fonte de faturamento. “Recebi um convite da Adriana da EcoModas para trabalhar por um período confeccionando máscaras, onde tive uma experiência incrível. Me ajudou não só no rendimento financeiro, como também me possibilitou aprender sobre como confeccionar um produto e entender todo o processo. Pude perceber também o carinho e a excelência dessa galera na criação de cada peça. Certamente é um aprendizado que levarei para a vida inteira” – disse ela.

Alessandra Moreira

Alessandra Moreira, 42 anos, casada e mãe de 02 filhos, é motorista de aplicativo e teve o seu rendimento afetado pelo Covid-19 em mais de 70%. Ela que já conhecia os processos produtivos de ramo de confecção, pôde também envolver o marido, Rodolfo, que faz free lance de corte de tecido para as confecções de Nova Friburgo.  Rodolfo, inclusive, foi quem executou todo o processo de corte das máscaras de tecido da EcoModas para a prefeitura. “Foi bom está trabalhando com a EcoModas. Além de produzir um tipo de produto que vai ajudar a população a se proteger, também pude ganhar uma renda extra. A gente deve trabalhar com amor. Tudo que a gente faz com amor torna-se menos cansativo. Pude perceber que na EcoModas tudo é feito com muito amor e isto foi uma experiência incrível pra mim ” – Comentou Alessandra.

Crédito das fotos: Adriano José

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